terça-feira, 25 de março de 2008

Um dia de luta

O reino ficaria à mercê dos demônios que avançavam intempestuosamente contra as muralhas o castelo. A discórdia e o medo se espalharam como uma doença contagiosa. Os poucos que restaram estavam extremamente feridos e mal conseguiam ficar em pé! As sangrentas batalhas que se sucederam durante oitenta dias dizimaram um exército de dez mil soldados.

O rei sabia que era o fim. Mas estava sereno, sentado em seu trono, apoiando o queixo na empunhadura de diamante da bela espada monárquica. Sim, ele ainda era o rei e precisa fazer juz a essa honraria. Era um enviado de deus, e ninguém melhor que ele para enfrentar os demônios! Inimigos ferozes, corpulentos e donos de garras afiadas e dentes pontiagudos eram combantentes quase invencíveis. Mas o rei não deveria temer tombar em combate, ao contrário, essa seria o prêmio de uma vida de devoção ao povo que o confiava como o rei. Sim, ele ainda era o rei.

O olhar fixo na entrada da sala real era o guardião do primeiro golpe ! Ao entrarem, ele teria apenas uma atitude, lutar e desferir golpes até que seus músculos suplicassem pela rendição. Mas o rei sabia que não teria rendição, e no fim seria levado pela barca de Caronte. Mas antes muitos cairiam, nem todos os demônio do inferno seriam capazes de derrotar o desejo de defender a sua gente.

Os grunhidos aumentavam a cada passo do inimigo em direção a sala real. O som estridente de centenas de animais se aproximando fazia crescer a adrenalina do rei que estava pronto para o combate. Ele se levanta do trono e empunha a espada.



Venham porcos imundos! venham sentir a lâmina de minha espada!



Alguns segundos de silêncio tomam conta da sala real! O rei é invadindo por um sentimento de alívio, mas era apenas ilusão! Os demônios começam a entrar na sala real e o inferno se faz, frente ao bravo rei. Eram dezenas, centenas,e os golpes eram de uma força descomunal. O rei sentia o corpo todo tremer a cada investida dos inimigos, porém ele era mais rápido, mais treinado, mais técnico e conseguia a cada novo embate, abrir uma clareira de corpos! Os inimigos estavam sendo vencidos, mas a medida que o rei avançava sozinho, mais demônios surgiam a sua frente, mais golpes potentes e mais velocidade nos contragolpes do rei, eram braços cortados, pernas fatiadas, não importava mais, onde o rei acertava a grandiosa espada, o instinto de sobrevivência agora falava mais alto, os gritos de desespero e cansaço de confundiam diante da agonia do inimigo que tombava a frente do rei.

As mãos sangravam por causa dos golpes, o corpo coberto de sangue e suor não aceitava uma trégua, queria lutar até seu coração parar. Eram dois, três ,quatro demônios ao mesmo tempo, sendo que apenas um demônio era suficiente para enfrentar três soldados humanos. O rei lutava pelo seu povo e a alma de todos aqueles que sucumbiram diante dos demônios davam forças para os golpes seguintes. Um dos golpes arranca a cabeça de dois demônios ao mesmo tempo, vacilo suficiente para o general dos demônios desferir um ataque que por pouco não acerta a cabeça do rei. Ao perceber o ataque traiçoeiro o rei empunha o machado que estava preso em suas costas e divide ao meio o comandante daquele exército. Sangue e víceras se espalham pela sala real e o silêncio novamente toma conta do castelo, ao verem o seu comandante esquartejado, os demônios passam a se retirar pouco a pouco do castelo. Era isso, ao derrotar o líder, os outros abandonariam a investida contra o reino. E foi o que aconteceu, eles abandonaram o desejo e dominar o reino. O rei caminhou lentamente para trás, sem desviar o olhar dos poucos inimigos que restavam em pé, e sentou novamente no trono. Extenuado, o rei acomodou o queixo sobre a empunhadura de diamante de sua espada.

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