sexta-feira, 14 de março de 2008

A batalha - capítulo 1

o céu era nublado, as mãos suavam, mas Jack não entendia como poderia ter aquele tipo de reação humana, já que não viva mais como um. A arma pesava além do normal e apesar da experiência de milhares de micro-eras na dimensão dois, aquele momento era especial. Os "Controladores Mentais'' estava se aproximando, eram grandes, ferozes e estavam fortemente armados. Um exército de criaturas quase indestrutíveis.

O batalhão que acompanhava Jack era valente,mas sem condições de fazer frente aquele embate. A derrota era uma eminência que Jack tentava expulsar do pensamento. O região de Avajés era estratégica, um lugar com esparsas montanhas, uma areia fina que parecia ser viva e entrava nas roupas e armas dos combatentes. A escolha daquele terreno era proposital, Avajés era cercada por grandes desfiladeiros que serviriam como ponto de fuga para uma retirada em nome da sobrevivência.

Jack podia ouvir os tanques chegando e o rosnado dos "Tutácos'', mistura de animais conhecidos na terra, como o rinoceronte e o pré-histórico mastodonte que foram reformulados genéticamente pelos Controladores Mentais. Eram armas de guerra, com couraças resistentes e uma vitalidade em campo de batalha incrível. Sabendo disso, Jack conferiu pela quarta vez a munição que carregava e aproveitou para revisar as cargas da arma, um grande rifle de explosão sônica, capaz perfurar centenas de blindagens de extrema resistência, algo dez mil vezes mais resistênte que o aço. Mas qualquer comparação seria uma leviandade, afinal a dimensão dois, era regida por ordenação mental e tudo que existia era criado graças a junção de moléculas e não pela construção ou montagem de materias feitos a partir delas. Era como se o universo pudesse entregar pequenas quantidades de argila e os habitantes dele, só precisariam dominar a técnica de criar os objetos desejados com ela. E Jack sabia fazer isso como ninguém.

Tutácos!!!!!! gritou o jovem tenente Emanuel, avisando aos outros, que o momento do embate estava próximo. Jack engatilhou mais uma vez o rifle e ajustou as duas miras, a visual, captada pela córnea e a energética que revelava as energias vitais emanadas pelo inimigo. Para sua sorte ou azar a primeira manada de Tutácos vinha em sua direção e ele esperava o momento certo de atirar. Instantes que pareciam eternos e clamavam pela grande pergunta, como isso tudo começou?

A revelação

Ian, tentava lutar contra a certeza que paira no coração de todo o humano. A de que um dia, aquela existência chegaria ao fim. Mesmo sendo jovem, trinta e três anos, o câncer havia se tornado uma metástase e o corpo convalecia com a doença. E nem todos os dons de cura que demonstrava possuir desde criança, serviriam para salvar a própria vida. Ironias do destino, provocadas por caminhos não compreensíveis num primeiro momento, mas que seriam lógicas durante o entendimento final.
As dores dos tubos que o ajudavam a respirar tornavam a angústia ainda maior. Mesmo sob coma induzido, Ian estava sensorialmente ligado a tudo que acontecia naquele quarto de hospital. Os olhos fechados eram apenas uma barreira corporal mas não extra-física!Afinal, ele conseguia enxergar tudo o que ocorria ao seu redor. Era capaz de ouvir até mesmo o que os funcionários no balcão de reposição de remédios no hospital falavam. Também podia ouvir a respiração deles, ou os passos apressados entre uma emergência e outra. No entanto percebeu a diferença num jeito específico de caminhar.
Alguém seguia a passos lentos e calmos. Ian sentia aumentar uma energia estranha, incômoda, conflituosa que invadia todo o segundo andar do hospital. A presença da estranha visita se tornava mais forte a cada centímetro que avançava. Ian sentia a presença do perigo a sua porta, não sabia porque estava sentindo esse desconforto, esse aviso interno, mas não podia fazer nada, estava refém de um corpo imóvel, inerte, quase sem vida. O desepero aumentava por que ele estava vivo! sim, estava muito vivo, podia perceber tudo no quarto, e quem sabe até sair dali,movimentar as pernas os braços, reagiar, gritar, lutar,qualquer coisa.
Desesperado,Ian começou a imaginar o seu corpo saindo da cama, as pernas se movimentando, os braços sentindo a pulsação tomando conta novamente de todos os nervos, as mãos se contraindo!
Pensou em erguer o pescoço e para sua surpresa e se viu inclinado, orgulhoso com a façanha conquistada, continou o mesmo esforço e conseguiu novamente. Estava agora, finalmente sentado na cama. Faltava ficar em pé, só precisavam de mais um movimento, refletia. Ian mentalizou a cena, estava caminhando até a porta e sairia dali para a liberdade de um mundo diferente. Ao abrir os olhos estava quase em frente a saída do quarto, sem qualquer esforço físico. Mas não teve tempo de fazer um movimento para longe dali, o visitante inoportuno estava do outro lado da parede.

A maçaneta da porta se moveu e Ian sentiu um longo arrepeio passear por aquele corpo tão diferente,tão sutil. O visitante inesperado, entrou no quarto escuro e da mesma forma que ian não necessitava de maiores esforço para se descolar, apenas deslizava pelo chão! Se aproximou rapidamente do corpo inerte de Ian e retirou uma grande seringa escondida no casaco preto. O rosto estava enconberto por uma máscara negra, assim como a cabeça que se esncodia dentro de um grande capuz.
A criatura observou atentamente, todos os móveis do quarto, uma pequena cadeira, a cama, a TV no alto as máquinas de respiração artificial, o soro. Segurou o soro com uma das mãos para injetar uma substância de cor esverdeada, forçou a agulha no invólucro de plástico e iniciou o plano de despejar aquele veneno nas veias do pobre rapaz. Ian camuflado pela escuridão e atrás da porta, testemunhava tudo horroziado. Enquanto injetava a criatura passava uma das mãos alguns centímetros acima do corpo inerte, e quando chegou perto do coração, ele parou o movimento, retirou a seringa do soro e como se procurasse algo, passou a olhar nervosamente para todos os lados do quarto. O visitante não satisfeito, aproximou o nariz na fronte do corpo de Ian e o cheirou, e percebeu desta vez com certeza de que algo não estava correto, ele se virou a fim de procurar o verdadeiro Ian.

2 comentários:

LU K. disse...

e aí, menino?
quer dizer q além de jornalista é escritor!
muito legal!
beijão

Cassio Peres disse...

eheheh gostou mesmo???continue lendo... tem mais capítulos pela frente...e os desenhos dos personagens estão prontos, vou tentar escanear e colocá-los no blog.Valeu, beijão!