segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009

Aguarde a nota retilínea de sabor qualquer...


Santo Lépido, dança, dança ...
Deixe que o violinista faça as homenagens.
Ele acarinha o instrumento mordido pelo tempo, por falta de um contorno mais macio, para sentir entre os dedos.
Com notas noltágicas, engana o sofrimento e guarda a saudade no eco de notas falsas.
Vi teus olhos, tocador, são experientes e ébrios, são dois sozinhos, num rosto marcado pela solidão. Deixe que o escárnio vista a memória dos idiotas que o ignoram.
Eles sempre vão precisar de roupas reveladoras.
Permita que o santo os reconheça, e continue lépido, dançando, ao redor dessas pobres almas.

Lembra delas?


As caretas não assustavam mais as crianças.
O mármore não era mais gelado e nem os monstros apavorantes.
As facas eram um hobbie e o frio um treinamento.
Carinhos eram para fracos e os gritos, ahh os gritos, esses
se transformaram em acordes de uma noite devassa.
A ingenuidade foi falsificada por promessas.
E as crianças, não tinha mais medo de caretas.

Cuspa




Entre as torneiras que abriram as comportas da represa de escarros, ficou uma gota de indiferença. As mãos detinham a chave, que abririam o coração do mundo. Mas resolveu começar pelo o estômago. Primero o trabalho sujo, depois o necessário.
Mas as cavernas de plutão não tinha lugar para aquela ferocidade. Foi assim que as represas se abriram... na dor do estômago rompido.

terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

Máscaras do Arrabal


Quantas vezes o olhar curioso se esconde na máscara do conviver?
O equivalente ao número de vezes, que a mente permite se ver por dentro.
O certo da verdade, é que o errado, sempre se esconde na mentira.
E a língua que se enrola na dúvida, esquece o gosto da sinceridade.
Busca sabores de felicidade, camuflados em ilusão.
Sim, é ela que a atrai as bocas sebosas.
Só assim a mente se permite ver por dentro.
E o olhar curioso? Encara de frente o errado, para achar a mentira.
E ela, está ali, ao lado, com medo.

As sombras se escondem




As palavras escorrem pela a boca empapuçada de mentiras.
Elas deveriam ser mágicas e mudar a realidade.
Mas tudo continua igual, sem graça.
Os olhos buscam um universo paralelo.
É sempre bom ver outras vidas caídas.
E as sombras? São almas pintadas de solidão.