sábado, 23 de junho de 2012

Caramujos velozes.

Sobe e desce de caramujos na escada rolante.
Corrida de pequenos que não precisam do nosso tempo. 
O tempo como o vento passa às cegas por quem se nega a enxergar.
Tudo se afunila no bolso da calça que esqueceu de ser vestida. 
O tempo ensaia nossas vidas e poucos entram certo na dança.

DE OLHOS NA BOCA ABERTA!

Quindim de parafusos faz pirilimpimpim no céu da boca dilacerada.
O doce ficou para ontem, quando outrem não quis avisar.
A beleza fica por cima. Mas olhe bem o que tem por dentro.
E não deixe de abrir a boca pra morder a plenitude.
O pouco é pequeno, o grande é voraz e tenaz.
Não se deixa iludir pelo quindim.
E a boca não sente o pirlimpimpim.

quinta-feira, 2 de junho de 2011

Flores e amores não se discute

Flor, rima com amor.
Rima também com calor,rubor e louvor.
Não rima com o beijo, causador de tudo isso.
Mas rima com desejo.
Entre a ação e a redação o que mais vale... é a intenção.

terça-feira, 31 de maio de 2011

Cultive todos os dias

Plante o encanto por um sorriso desejado. Seja semente, não invente, não se torne descrente diante do sofrimento. Brote, nasça, cresça, amadureça, e envelheça em minhas mãos. Deixe tuas folhas encobrirem nossas ausências e tua sombra abrandar minha saudade.

segunda-feira, 30 de maio de 2011

Dito isso

Suave, minha ave, nossas penas de tristezas que voaram para longe . Assim é o salto do sapato que ajuda a pular em cima de nossas risadas. Fadada a alegria que assopra para o coração as pesadas plumas de saudade. São mais leves que a solidão.

terça-feira, 5 de abril de 2011

Copos que choram

Os copos também choram, deixam lágrimas em seus rostos duros e incautos. Deixam encantos escondidos na língua, que esquece o ato cerebral. Apenas rime ao contrário, seja o neandertal. Lembre que a eloquência do passado, ressoa nos lábios que tentam se juntar e contar novas juras de outrem. Não esqueça das lágrimas, antes, elas deram cor a um rosto seja pelo sabor ou pela dor. É tal qual um canto que sofre um encanto, escondido no manto, de todo o santo, que insiste em discutir sobre o pecado. A lágrima do copo é lambida e o pecado degustado. Tem tons de lembranças, desejos e carne. Nunca enxugue as lágrimas de um copo, apenas deguste-as.

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

Nas asas de um hipógrifo

Não lamente o alento de um beijo desconhecido. Desconcerte a surpresa fazendo-a se olhar, num espelho de meias verdades. Aperte sua face diante da incerteza, sua eterna inimiga. Faça que se beijem e dessa união, que nasça a confiança. É nela que viajamos por um céu de desventuras e destemperanças. Antes, leia as palavras do mundo nas asas de um hipógrifo, que voa nas ilusões encharcadas de pessoas de poucas idéias.