quarta-feira, 19 de novembro de 2008

A caminhada

Paredes escuras desenham o mapa do caminho a ser seguido.
Sombras, dançam bolero, logo a frente. Mas não são confiáveis.
Os olhos veteranos, agora enxergam com a ingenuidade de uma criança e estão assombrados.
As chaves do lugar tinham códigos diferentes. E dentro de cada estátua, uma nova porta se abria. Gárgulas protegem as entradas, e olham para todas as direções sem mover os olhos.
E não podem, são de pedra, pelo menos naquele momento.
O chão úmido e limoso, torna o caminhar lento e perigoso.
O anfitrião da visita, fitava atento uma pequena luz no alto de um prédio.

Já falamos sobre isso

A colheita de nuvens foi suficiente para encher as bicas dágua.
É só virá-las que a chuva volta a inundar o chapeú do velho ermitão.
Ele estende a mão para vento que passa desatento levando o chapéu.
Mas o que importa, é a colheita.

É assim que acontece

Cada canto tem um pedaço do quarto, sim, seja um, dois ou três quartos, do mesmo pedaço! Mesmo assim, juntos, querem ficar separados. E as vezes, a ligação deles, sofre uma ranhuras. Lugar perfeito para um esconderijo, nas ranhuras. Os olhos ficam atentos para esperar o fim do conflito. Aí, cada canto volta para o seu pedaço dentro do quarto e formam novamente, um inteiro.

É verdade sim

É a cabeça de parafuso que faz funcionar o motor!
Sério, é aquele motor que move a engrenagem para mexer os olhos.
Ora, é o mesmo motor que faz o balançar das orelhas.
E o óleo, o óleo sai das narinas, sim é de lá que vem o lubrificante, que bezunta todo o resto. Ao estilo Lavosier, tudo está ali. Claro! Consistente, e inerente ao meio. É parte intrínseca para o bom funcionamento. Veja as formigas, veja.
Hora de ir para o quarto... vamos...
Não, não!veja as formigas!

terça-feira, 18 de novembro de 2008

A

A que mostra a língua para B, também pudera, o beijo começa com C. É o coração que permite o encostar das bocas. Mas é só lembrar que o amor, precisa de B e que está dentro de C. É fácil fazer o cálculo, lembrar do A para com o C ter todos os dias o B. E alguém esqueceu do S?

Mediocridade

É a aliança que aprisiona o coração dos corajosos!É um casamento entre esqueletos de diamante. Eles só existem em frente aos espelhos que podem cortar.
São as unhas que fazem o serviço.
E mesmo desenhando curvas que farão novos caminhos, o enlace, ah o enlace, sempre estará no mesmo lugar.
E a teia de necessidades vai continuar enrolando corpos recém descobertos pela verdade.
Então, eles serão iguais aos outros.
E os metacarpos vão continuar, apoiados numa tinta qualquer,mapeando o destino de outras almas.

Contra

...Por que a favor é ingênuo, o contra, é o esquerdo que dá uma rasteira no direito.
Olhando à esquerda, dê um giro para ver se à direita ou o direito, estará à espera? que nada, o direito é a esmola, é o molengo, é o sorvete que derrete mesmo em dias de frio. O esquerdo não, o esquerdo é a Lâmina da gilete do cafetão,aquela que abre história na cara das subordinadas.
É cruel, é frio, mas é o direito que vai lá, escondido, procurar a cara marcada.
Espanto inescrupuloso da sombra que presencia o esquerdo ao seu lado.
Os dois se enlaçam, é sujo, violento e brutal.
Mas a baba escorre, e os olhos pululam a mente confusa.
E é ela que tenta advertir qual deve ser a sentença.
Mesmo assim, o contra, faz o favor de tornar os ingênuos e acasos interessantes.

Guerra

Todo os segundos dedicados a pólvora, que vai designar os caminhos dos inimigos.
Todas as preces dedicadas ao futuro, que precisa desviar as balas do front.
O velho rifle, ganhou banho de óleo de foca para ser mais eficiente.
As focas preferiam o suicídio, mas não tiveram a chance da escolha.
Quem dirá isso, ao rosto retorcido pelo medo que se apresenta no colo da surpresa?
Sim, a pólvora e o óleo de foca, funcionaram, na hora certa!
E o chumbo? alguém lembrou do chumbo?
É o mesmo que afunda quem vai buscar as focas.
Mas elas não tem escolha.

A

Dedo de criança para abrir a porta dos sonhos.
O magnata comprou os corpos, mas esqueceu das almas.
Em troca, vendeu carcaças de gatos malabaristas aos palhaços do rei.
E o rei? queria mesmo, era saber da coroa.
Isso mesmo, a coroa!
Ahhh, a coroa nunca vai ser jovial, mas o monarca sempre vai desejá-la.

Começou

Finquei espada em lápide de areia para acabar com uma esperança.
Todos querem ter suas ampulhetas personalizadas.
Ledo engano.
E é nessa guerra que se enxerga a grande lição: ninguém é dono de seus próprios brinquedos!
Sempre haverá um juíz para dizer como os bonecos devem estar dispostos.
E o tabuleiro, por mais bem desenhado que esteja, terá rachaduras eternas.
E as ranhuras?? Ahh, as ranhuras fazem parte da "tal" harmonia que lambe as pernas do caos.

segunda-feira, 17 de novembro de 2008

Acompanhe o que escrevi

As paredes do quartel sussurravam os planos daquela noite.
As velhas botinas estavam prontas para a revolta.
O antigo bacamarte exposto na parede, afrouxava as dobradiças que o prendiam a parede.
Talvez os quadros entrassem no motim.
Mas nada era certo.
O único sentimento "concreto" é que as paredes sussurravam os planos daquela noite.

Sabe como é

Carapaças de marmelo, são dublês de batalhas sem sentido.
O início que perpetua a maquiagem da tua essência, tem um fim na cusparada em direção
a platéia. Bonecos de plástico aplaudem a habilidade do cirurgião.
O corte na frase que revelaria segredos, foi na medida.
Os panos que secam o suor da perspicácia, são depois incinerados.
A tenacida nunca encontrou ao menos as cinzas.
Mas foi o colorido que a presenteou.
Sim, o quadro se pintou num sorriso largo.
Mas lá no fundo da obra, se percebia o prenúncio de um banguela que se aproximava.

Quem diria!

A hortelã massageia o palato e o aroma do chá acalma os corvos que ficam à espreita da janela sem vidros.
É que o reflexo atormenta os viajantes que esquecem o próprio nome, quem dirá a face.
Mas os corvos, falava dos corvos, de bicos afiados e tenacidade de rapina.
São isso, não são?são de natureza torpe, já dizia a menina de pernas longas que trazia o bule.
A água quente, o vapor, e o vento que faz canção pelos corredores, torna o espaço da sala planetário, repleto de histórias visuais.
Era o momento de sentir a hortelã e deixar o sabor voltar, no expirar dos pulmões.
A menina jogava pedaços de pães aos corvos, mas esses miravam as ponta de dedos ingênuos.
A porta de abre, e um viajante se aproxima.
Ele traz boas novas, customizadas em pequenas orações.
O início é o pai, o princípio é vós e o fim, é do tempo.

Feito nos moldes da orelha

Quase um parto pétrio de idéias impuras.
Um nascimento eternizado pela beleza inicial, se desfaz com a verdade que chega para presenciar o arregalar de olhos.
Sim, os íntegros, estão na porta de um novo coliseu construído com marcas de mãos trabalhadoras e sonhos.
Ahhhhhhh os sonhos, no início são belos,coloridos e suaves e em minutos escurecem, endurecem, ficam amargos e feios.
É a realidade que trouxe novos tons de cores que mandam para longe a inocência.
Tal aburdo ecoa numa caverna de dúvidas.
Assim o é, assim o fez, ó santo patrono de cerimonias molhadas em minha boca
É nela que a tua língua e saliva encontram enconderijo.
Bandanas de bandeiras rasgadas em prol de uma liberdade que brincam em jogos de cabra cega.
Não importa para onde os heróis caminhem, sempre haverá uma lágrima a procura rostos desprovidos de segurança.

Um acúmulo de idéias e coisa e tal

Da vergonha do vermelho escarlate, me faço o herói dos teus sonhos.
Desbravo montanhas de açúcar, para adoçar um destino ilusório.
Empanturro o ego que sossega.
Cegos que caminham em linhas retilíneas de incertezas e que insistem em estradas de vidros quebrados.
Meus pés engolem o sangue dos cortes, para não deixar que sigam o que restou de minha alma. Vôo sobre oceanos de boa vontade, mas me afogo em pequenas gotas de inveja.
Incrível, elas conseguem sufocar todo o resto.
Salto onde as pedras não rolam, apenas sustentam a verdade que revigora meus nervos, tão espremidos pelo enfileramento de corpos.
O escorregadio senso do real, vira poeira cósmica, em um céu indagações.
Certo que os cães de outrora, já sabiam que perderiam seus dentes, em carnes petreficadas pelo friolento rancor de ser um qualquer.
Talvez o amanhecer mudasse de turno, para evitar reações lúdicas de duas bocas que brincam de fazer futuros.Ou quem sabe o próprio futuro esteja praticando atos de perversão, em busca de um encontro, com seu primo tão distante.
É o passado que enxerga as pegadas que o futuro ainda tenta esconder.
Afinal, só o futuro sabe o que enxerga quando se olha no espelho.

quarta-feira, 12 de novembro de 2008

Sinto muito mas..

..É sim, os olhos, foram os olhos, brilhantes ,hipnóticos.
Fui ao solo e das lágrimas fiz argila e moldei o meu futuro.
Tinha teus olhos, sim eram os teus!
Mais um punhado de terra e a ponte está feita.
Leva para dentro do teu próximo pensamento.
Assim nasce o querer!
Pelo menos assim o foi.
Direcionado, amamentado pelo ego com litros de saudade.
Fico ali embriagado, Falando bobagens, atônito e escravo novamente.

Sabia disso?

Filamentos cantam em uníssino aos pedaços maiores, que se vangloriam pelo tamanho que ficaram.
Foi sorte, pura sorte e o contato emitiu um som.
São partes de um complexo que se deixa ser preenchido, até ficar completo.
Tem espaço concreto, e ajuda no ato de conhecer, experimentar.
Um instrumento que conduz até mesmo em direção a lugares e cenas, até então escondidas nas paredes do cérebro.
Assim ficou o copo que você quebrou!

quarta-feira, 5 de novembro de 2008

sei lá..repetir é bom

É no beijo com fome..na respiração curta
no arrepio da pele...
no fôlego engolido para apressar o encostar de duas bocas..
o gosto vicia...é para sentir o gosto....por isso a pressa.
O olho com a pupila dilatada.... o lábio gélido de desejo
o mundo que pára...
O corpo que espreme..aperta...gruda..não solta...nunca

sábado, 1 de novembro de 2008

Tenho que confessar é para ti

Nossas mãos, um dia ficaram úmidas e quem sabe até sozinhas.
Fizeram parte de um todo, que nunca preencheu o pequeno espaço entre um travessseiro e outro. Talvez as risadas, ou goles de vinho, sirvam para sujar o lençol tão limpo e branco, que teima em esconder o vermelho de nossa intenções.
Anseios, desejos, palavras óbvias ditas em códigos de cumplicidade.
É assim que se rouba um sentimento, se escraviza a razão, ou que se pinta um quadro de tentações.
É na verdade do beijo, que se mata a mentira do medo!
Medo esse, que aprisiona, que cria algemas, feridas, dores, e faz o meu ser, que existe dentro do teu, expurgar o desejo de "nós".
Somos assim, cântaros de água envenenada, pela ânsia de dizer uma verdade que não encontra tom, nem som nas bocas que precisamos.