quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

E um cálice cheio

O cálice cheio, as mãos acariciam o cristal e a saliva grossa ordena mais um gole.
As mãos estão na mesa. O gosto adstringente do tannat causa arrepios.
O corpo esquenta, tudo está perfeito. Quer dizer, nem tudo.
Faltava ao menos uma segunda sombra por perto.
As mãos amolecem e se acomodam entre as pernas.
Iniciam um passeio pelo corpo, deslizam, a língua acaricia os lábios, o tannat desaparece no sabor final.
Os olhos estão serrados, e o mundo vira canção marginal de um louco qualquer...
O prazer... é o prazer agora que importa!
O gosto, sim, o gosto precisa existir... a respiração pesada, a mão pesada.
O proibido abre as portas da cabeça careta. Hora de brincar neném.
Os botões da camisa? onde estão? e importa?
O tapete se aproxima, o teto fica maior, tudo fica mais apressado, quente, úmido. E o teto? derrete no momento do urro.

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