quarta-feira, 9 de abril de 2008

Beijo no céu

Sei que minhas mãos nunca estão sozinhas. Permeiam a vanguarda da solidão, mas nunca estão sozinhas. São elas que me revelam o recanto da humildade. São elas que dividem minha alma em dois. Escrevo por elas. Escrevo com elas o medo de ser um só pensamento. Agora elas assumem, trazem as normas, regras. E, quem sabe, os mapas cardeais que levam aos meus sonhos.
Na mente, fica um quarto escuro,triste. Ela não está lá. Minha dona, meu desejo, minha autoridade em dia de férias. Sim, ela comanda os meus momentos de solidão. Afinal, é a presença do todo que me preenche. Estou repleto de sinais em um só coração. Perdido no medo de entender o que o céu quer me trazer de volta. Tão estranho é o amor daquele anjo que pediu uma troca perfeita! Uma pena da asa por uma dose de aguardente. Ele queria mesmo ser eu, mesmo que o meu ser, fosse tão alado quanto a vontade de conhecer o seu deus.

2 comentários:

Unknown disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Unknown disse...

o mais lindo!!! sensível e despretensioso... porque vem da alma mesmo...